Materiais orgânicos como madeira possuem um certo teor próprio de umidade em função da umidade relativa e da temperatura do meio envolvente. Esse teor de umidade do material se chama “umidade de equilíbrio”. Quando a umidade de equilíbrio diminui, a madeira sofre retração e quando a umidade de equilíbrio aumenta, a madeira dilata. Sabendo disso, é importante lembrar que a umidade de equilíbrio do material a ser tratado deve se manter inalterada durante todo o tratamento, ou seja, durante as 3 etapas do ciclo de tratamento. São elas: 1. Aquecimento com a devida umidificação, 2. Retenção de temperatura e umidade e 3. Resfriamento com a devida desumidificação até a temperatura ambiental.

Por uma questão da física, a relação entre temperatura e umidade é inversamente proporcional, o que quer dizer que um aumento de temperatura leva invariavelmente a diminuição da umidade relativa e consequentemente, a diminuição de temperatura resulta num aumento da umidade relativa. Para complicar as coisas mais ainda, a relação entre a umidade de equilíbrio dos materiais orgânicos como a madeira e a temperatura/umidade relativa do meio envolvente não é linear. Por isso, no controle do processo é fundamental considerar essa não linearidade, tanto na fase do aquecimento quanto na fase do resfriamento, conforme as chamadas isotermas de sorção.

Na prática, ao aquecer é necessário umidificar para acompanhar o aumento da temperatura e ao resfriar é necessário desumidificar ou remover a umidade injetada na fase do aquecimento e em ambas as fases o controle obrigatoriamente precisa ser minucioso e preciso para evitar danos ao material a ser desinfestado!

A umidificação por vapor quente, uniformemente distribuída, e uma sofisticada tecnologia de filtragem (filtros de carvão ativado e HEPA), bem como o espelhamento de dados 24/7 e monitoramento remoto, proporcionam um ambiente gerenciado e seguro para o tratamento de objetos valiosos e exclusivos.

A técnica se baseia na coagulação/ desnaturação das proteínas dos insetos entre 42°C e 52°C, que se mantida por poucas horas leva a perda das funções biológicas vitais e em consequência a sua morte. Como a penetração do calor é monitorada no interior das partes de maior dimensão e densidade durante todo o tratamento, o efeito é letal.

A temperatura máxima necessária nos objetos a serem desinfestados é 54°C, ou seja, se a gente considera que no Brasil a temperatura ambiental pode facilmente chegar a 30°C no verão, mesmo dentro das nossas casas ou apartamentos (sem ar-condicionado), falamos em apenas 24°C a mais durante um curto período de no máximo 2 – 3 horas. Este aumento de temperatura não causa nenhum efeito colateral na maioria dos materiais em questão, como madeiras, livros ou têxteis. Porém, existem algumas exceções como determinadas ceras e resinas que podem ter uma temperatura de fusão mais baixa, mas que podem ser testadas antes do tratamento. Além disso, pergaminho, couro já muito degradado e algumas pinturas sem verniz e pouco aglutinante são exceções mais sensíveis e não devem passar pelo tratamento.

SEM RISCO DE DANOS AOS OBJETOS E A SAÚDE!

Do ponto de vista da conservação, a chave para usar ar quente para erradicar pragas de insetos é manter o teor de umidade de equilíbrio do material estável durante as fases de aquecimento, retenção e resfriamento. Isso é possível a partir do software que desenvolvemos propriamente para controlar a umidade relativa (UR) e a temperatura da dentro da câmara, evitando assim qualquer mudança física ou estrutural no objeto por perda, ou absorção de umidade.

Como não há produtos químicos ou gases nocivos envolvidos no tratamento, não há risco à sua saúde ou ao meio ambiente. O controlador microprocessado fica conectado na internet e permite o monitoramento permanente à distância e os dados são espelhados num cloud para não corrermos risco de perda.

O controlador microprocessado conectado a diversos sensores de umidade e temperatura, monitora e controla todo o processo minuciosamente. A partir desses sensores de precisão se monitora de forma constante tanto a temperatura e umidade do ambiente em múltiplos pontos da câmara quanto no centro dos objetos (“core temperature”) a serem desinfestados ou em corpos de prova que se assemelham aos objetos em relação à dimensão e densidade.

Há frequentemente uma dúvida em relação ao tratamento de livros e documentos, sobre se o calor pode acelerar a degradação da celulose no papel. No entanto, com base em cálculos de termodinâmica e análises físico-químicas, descobriu-se que um breve aumento de temperatura reduz a vida útil do papel em apenas 2 a 3 dias, considerando uma durabilidade média de 100 anos. Isso significa que a aceleração da degradação é praticamente insignificante e pode ser desconsiderada na vida útil e no índice de preservação do papel.

De fato, em termos matemáticos, pode-se dizer que um papel não tratado teria uma vida útil de 36.500 dias, enquanto um papel tratado teria 36.497 dias – uma diferença teórica mínima. Vários estudos científicos confirmam que a exposição a temperaturas em torno de 55°C por algumas horas não resulta em alterações significativas na degradação do papel. 

O equipamento e seus componentes elétricos e eletrônicos foram projetados para garantir um baixo consumo de energia com pegada de carbono igualmente baixa. O isolamento térmico de 12cm de espessura junto a vedação hermética da câmara térmica, também garantem um gasto mínimo de energia para cada tratamento.

Hoje em dia se sabe que todas as substâncias químicas não naturais podem causar alergias e surtir reações alérgicas. Para quem é sensível ou tem filhos, ou pets a escolha sempre deve ser pelo caminho não químico e atóxico. Sendo assim, o tratamento térmico é a melhor opção.